segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Eu (o Padre, o artista, a música) e o Tempo



Sim, EU estava lá. Fui ao show do Pe. Fábio de Melo na última sexta-feira, no Centro Histórico de São Luís.

O maior "fenômeno" da música católica na atualidade confirmou toda a mídia criada em torno do evento, dando mostra do avanço da Indústria Cultural sobre o Sagrado.

Não, não falo em tom condenatório. A reflexão é por conta de inúmeros e divergentes comentários que ouvi sobre a apresentação do PADRE.

Em uma reunião familiar, entre refrigerantes, bolo e votos de felicidade a uma tia aniversariante, alguns diziam: "Ele não queria era ser padre! Então não tem nada que ficar cantando". Outros acrescentavam: "Fica fazendo show que nem Roberto Carlos".

Bom, ele não deixou de ser PADRE quando decidiu também cantar. Ao contrário, reforçou sua missão com a arte da música. E seu show não é como o de Roberto Carlos... nem tem rosas no final!

Teve atraso, desculpas sem graça da coordenação, apresentação preliminar mais ou menos... E teve música, boa música. Pregações, excelentes pregações. Mas rosa?! Rosa não teve. Teve choro, lágrimas e emoções, mas não foram "Tantas emoções" como no show de Roberto, era algo mais sublime.

Também não é o mesmo sublime do show de Flávia Bittencourt. Não, não. Lá foi diferente.

De igual mesmo, só o fato de ambos terem boa música.

Falando em música, um amigo me falou que não iria ao show, por ter se decepcionado com o repertório do DVD. Achou que faltou vibração, que Fábio teria canções bem melhores para inserir nesse disco. Uma análise de quem conhece o trabalho do Pe. Fábio bem antes do contrato com a Som Livre, da entrevista no Faustão, da homenagem no Raul Gil, da participação na Turma do Didi e da música na trilha da novela das sete.

Conhece daquele TEMPO de Halelluya, ou ainda, de quando fez show em Santa Inês. (Sim, o mesmo Pe. Fábio de Melo de hoje já esteve no interior do Maranhão, fazendo um show). Mas, faz TEMPO.

Hoje, num jogo de interesses, a Central de Eventos traz o Padre, o Padre leva a palavra de Deus aos fiéis, os fiéis pagam os ingressos que sustentam a Central de Eventos, que paga os artistas (entre eles, o PADRE), que pregam a palavra de Deus. E essa não tem preço.

Certo, há aqueles que não puderam arcar com o valor cobrado que foi caro mesmo. Só que isso não significa que eles não tenham oportunidade de se encontrar com Deus. Apenas não puderam ver o show do PADRE.

4 comentários:

  1. Não fui ao show. Também não o quereria, talvez apenas para minhas observações antropológicas, tão caras a toda experiência humana.

    Sobre o padre Fábio, conheço muito pouco e o pouco que conheço é ofuscado pelo artista PADRE FÁBIO DE MELO, melhor dizendo pela imagem que o representa.

    O padre em si, aquele que tem a palavra, a oratória como premissa de evangelização, aquele que abençoa e distribui hóstias e bençãos, aquele que pretende ser representante da Igreja Católica, talvez tenha sido espremido com a força que a imagem pesa naqueles que usam os meios de comunicação como instrumento.

    Não faço crítica aos meios em si, mas ao formato que se dá aos seus produtos.

    Pode até ser que o padre Fábio realmente tenha a intenção de ressaltar valores e ideias que o PADRE FABIO DE MELO apresenta em seus shows, celebrações midiáticas e espetáculos. Mas eu não consigo sentir verdade no seu discurso. E isso é minha opinião.

    Opinião que concorda um pouco com sua tia que disse "ele não queria ser padre". Talvez não seja bem isso. Mas não há como negar a felicidade que o padre tem em ser artista, do prazer que se manifesta no palco, mesmo cantando reto, com uma postura corporal muitíssimo parecida com um outro artista que ele tem dado crédito cantando composições deste, o Fábio Jr. (Isso eu vi no programa de tv do artista preliminar mais ou menos).

    Não posso dizer também sobre a pregação que não vi, mas eu perguntei a minha mãe que também foi ao show sobre o que ela absorveu do discurso do padre. Ela disse que ele "falou coisas bonitas", mas que na verdade "ele é muito lindo!".

    Enfim, talvez eu ainda venha acreditar no papel que o padre Fábio quer apresentar junto com o artista PADRE FÁBIO DE MELO. Talvez sua beleza e imagem de galã seja um empecilho pra que sua palavra impere.

    Mas é muito difícil não desconfiar de um artista que cobra ingresso absurdo para um show católico que tem como premissa valores contrários ao capitalismo, que está blindado de assessores que fazem com que o povo, aquele mesmo que ele quer incutir valores cristãos, possa ao menos tocá-lo como fez a samaritana em Jesus, um artista que não teve a gentileza de agradecer a presença do artista local que contribui para que o atraso do show previsto para as 20h e que começou as 22h não fosse feito somente para as cadeiras cansadas, um artista acompanhado de uma banda de artistas e com uma apresentação visual nos moldes dos outros artistas colegas de gravadora (Paulinas, COMEP já não funcionam mais?), um artista que ainda assim prefere não se assumir artista.

    Talvez eu esteja mesmo muito REVOLTADO como muitos dizem, mas se eu não tivesse outras referências de padres, que são músicos, artistas, mas que sobrepõem o seu sacerdócio, sua vocação de padre acima de sua imagem e do que ela pode gerar em seus fiéis, telespectadores, fãs, seguidores, talvez eu acreditasse mais no PADRE FÁBIO DE MELO.

    Espero que ele dialogue mais com Padre Zezinho, que mesmo já de idade, ainda tem lucidez para argumentar suas ideias sobre a igreja, a comunicação e a evangelização sem ser piegas e com toda autenticidade que seu discurso possa assumir.

    Eu, por exemplo, posso discordar e discordo muito das ideias do padre Zezinho, mas eu acredito no que ele diz, não pra mim, mas na força de seus argumentos.

    Ficou polêmico o post, "totalmente católico".

    Não te vi no programa, Carlitos. Vi Suellem se acabando de chorar, bem na frente lá!
    Também não vi Virgínia.

    Mas Deus viu a todos né! Talvez PADRE FÁBIO DE MELO também tenha dito isto.

    Abração

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  2. Sim, ele é feliz sendo artista. Não há mal algum nisso.
    Ele também não precisa ser tocado como foi Jesus pela Samaritana. Naquela noite ele era o artista Padre Fábio de Melo, como também o é Pe.Zezinho, que talvez pelo formato de suas canções e por ser menos provido da beleza televisiva não tenha sido alçado aos mídias. Mas também já fui ao show do Zezinho (o pior é que foi playback), e garanto: também não é nada fácil tocá-lo. Talvez eu precisasse subir numa árvore, como Zaqueu.
    O esteriótipo da beleza sempre acompanha aqueles que a possuem. Até a Igreja se rendeu a ela. Não agora, no "Padre Bonitão", mas na própria construção da imagem de Jesus: cabelos castanhos, olhos claros, pela alva. Será que os judeus daquele tempo, eram mesmo assim?
    Quando a beleza ajuda e quando ela atrapalha?
    As respostas eu não sei. E as perguntas continuam movendo o mundo.

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  3. Ô Carlos Benalves, você não acha que nessa sua postagem você está muito em cima do muro?
    cara, vê se decide, ou você gosta do padre ou você não gosta! Se você não consegue ver nada no que ele diz além de "palavras bonitas" como diz a sua mãe, é porque como diz o padre, você nunca viu uma mãe chorando pela a morte ded um filho, nunca viu alguem dizer: " padrde, o senhor mudou a minha vida"; sabe que pra tudo da gente precisa ter a capacidade e enxergar o que poucos enxergam. Onde edstá o seu amor humano? Será que existe algum lugar em você capaz de enxergar flores numa vida de pedras?
    Você fala da postura dele no palco, por acaso é esta que vai falar? é a roupa dele que determina o que ele vai dizer? Sabe o que você deveria fazer? Ao inves de andar postando comportamento de UMA pessoa que evangeliza de forma diferente, que não se veste de acordo da padronização sacerdotal, de UMA pessoa que não tem nada a ver com a sua vida e nem você com a dele; você deveria fazer postagens sobre a violencia que bate todo ia a sua porta, sobre a miseria que mata milhões de brasileiros, sobre a saúde e educação que estão cada vez mais precários.Era isso que você deveria fazer, tenho certeza que o seu papel na sociedade seria RECONHECIDO. Não perde tempo com o que NÃO TE INTERESSA, você pensa que o padre vai deixar de fazer shows por causa dos seus comentarios? Que seguidodres vão deixar de segui-lo? kkkkkkkkkk Ledo engano meu filho. Presta atenção nas coisas que melhorem as pessoas, não o contrário. Você não pode condenar alguem pelas aparencias."Preconceitos são filhos dos nossos olhares apressadods."

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  4. autor do post, cuidado pra não ser como os fariseus criticados por Jesus: " Vcs são como sepulcros, caiados por fora parecem bonito, mas por dentro estão cheios de ossos e de podridão"

    Qto ao Padre, qualquer texto, musica ou outra forma de expressão dele que se encontrar, traz grandes contribuições espirituais, que proporcionam o crescimento e a maturidade das nossas almas.Agora, é impossivel que ele se desfaça de sua fisionomia fisica, de sua imagem corporal para pregar o evangelho meu caro, só se ele colocar uma mascara carnavalesca, o q seria nada agradavel pra um cantor.Também fica meio complicado ele vestir uma casula e subir num palco para fazer um show, seria ante contrario ao codigo canonico na nossa Madre Igreja Católica, o uso da mesma.; Padre Zezinho tmbm usava e usa terno pra fazer show uai.

    O artista que abriu o show, e segurou o atraso, que vc citou; certamente foi de fundamental importancia. Mas se ele é bom, independente dos agradecimentos do sacerdote, ele será reconhecido. E aos olhos de Deus, ele já fez sua importante contribução pra divulgação do evangelho e certamente já foi recompensado e muito mais agradecido do que com mera palavras Humanas.

    Vinícius Ferreira, Lavras - MG

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