quinta-feira, 14 de março de 2013

O nascimento de um Pai

Como amar alguém sem o conhecer?
Pergunte isso a um pai ou a uma mãe que estejam grávidos e a resposta parecerá muito natural, mesmo que de difícil formulação. No mesmo instante os olhos se encherão de luz e eles não precisarão dizer mais nada, a resposta estará no rosto de cada um deles.
Ao primeiro sinal de uma gravidez esperada, os pais já amam seu filho. Após a confirmação, o amam ainda com mais intensidade. Passam a planejar sua chegada, a vida com ele, qual nome lhe darão, com quem ele parecerá, entre outras tantas expectativas.
Isso é o processo natural. Mas e se fosse o contrário? E se fossem os filhos que aguardassem a chegada dos pais?
Sei que, logicamente, isso é impossível, mas, pela fé, isso é real.
Esse é o sentimento da Igreja Católica quando da sucessão Papal. Quando um Papa morre, ou nesse caso, abdica do trono de Pedro, logo cria-se a expectativa sobre o novo pontífice, e os filhos, digo, os fiéis, já começam a amá-lo.
A convocação do conclave, um pré-natal dessa gravidez às avessas, é acompanhada atenciosamente pelos filhos. A tecnologia vai produzindo ultrassons, tentando indicar quem será o Papa que está para nascer. Perfis são traçados detalhadamente e cada um vai dando suas impressões. Deverá ser assim. Não, será desse outro jeito...
Mas seja de que jeito for, os filhos já o amam.
O primeiro sinal de fumaça - aqui a expressão tem toda a força do seu sentido literal - acende a luz dos olhos e nenhum dos filhos precisará dizer mais nada. A resposta estará no rosto de cada um.
A confirmação dos sinos de que o Pai nasceu,  faz com que os filhos o amem ainda mais. Passam então a planejar sua chegada. A pensar na vida com ele, qual nome ele escolheu, quem é ele, entre outras tantas expectativas.
Aí é fixar os olhos numa janela. Ato comum nos dias atuais, com tantas telas chamadas de janelas para o mundo. Nesse caso é uma janela só, uma guardiã da tradição, do mistério próprio da fé. Uma janela que se abre para dar testemunho ao mundo da renovação permanente de uma Igreja.

Nasceu. Habemus Papam.

3 comentários:

  1. Viva o Papa! Viva Papa Francisco I! Eu amo a Igreja! :-) Belo texto, Benalves! Tiraste a oração do meu coração.

    ResponderExcluir
  2. Amadoooooo muito lindo seu texto, assim como os demais - ainda tenho a musica, sendo este, espetacular que nos comove e envolve de extrema alegria...
    Pois o nosso Pai nasceu...

    Samira do Espírito Santo

    ResponderExcluir
  3. Muito bonito e comovente seu texto.Que este nascimento venha trazer renovação, força e esperança para nossa Igreja.

    ResponderExcluir